A BANANA - UM DOS MELHORES DOS MELHORES
quarta-feira, abril 24, 2013
terça-feira, abril 23, 2013
4ª MARATONA BRANQUINHOS DO PEDAL - 19MAI13
4ª MARATONA BRANQUINHOS DO PEDAL - 19MAI13
JOSÉ GOUVEIA
FRONTAL Nº 168
DISTÂNCIA - 50 Kms
EQUIPA - LAMEGO BIKE
RESCALDO
Os meus parabéns á organização por mais um evento de grande nível.
O reencontro de grandes Amigos que partilham este "vício" deu um toque especial á festa.
E como não podia deixar de ser, mais uma prova na linha da frente, mas só aqui, ehehehe.
segunda-feira, abril 22, 2013
WHO´S BACK? - 2ª Etapa CHALLENGE 2013
Dias 29 e 30 de Junho será a 2ª Etapa do WHO´S BACK? - CHALLENGE 2013
2º DIA
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José Gouveia / Vitor Campos / Luís Gil / Rui Martins
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1º DIA
2º DIA
CRÓNICA
Rescaldo Who´s Back? Fundão/Covilhã/Fundão – 2ª Etapa – 29 e 30 de Junho
A PROVA
Pois bem meus amigos, as dificuldades inerentes a distâncias longas são por si, um desafio de uma grande exigência física e psicológica, mas quando as temperaturas são extremas, as respostas só se encontram no final de se ter superado tal feito.
Nesta 2ª Etapa do Who´s Back?, foi-se ao limite da linha de não retorno.
Com menor ou maior dificuldade o espírito WHO´S BACK? esteve ao mais alto nível.
A MALTA
Isto já é uma família, THE WHO´S BACK FAMILY.
Atletas dos 4 cantos de Portugal, ao longo do ano juntam-se algumas vezes para tentar superar o WHO´S BACK? e uma angústia fica na hora da despedida, quando dizemos até ao próximo WHO´S.
Daqui a uns anos os pioneiros do WHO´S BACK? estarão a participar com os filhos e os netos.
A ORGANIZAÇÃO
Ao longo da saga WHO´S BACK, têm sido tecidos elogios ao mais alto nível a toda a organização. Continuam a merecê-lo, pois sois únicos e bons no que fazeis. Foi-o desde a sua nascença, está a ser na puberdade e espero que a esperança de vida do WHO´S SPIRIT? seja AD AETERNUM.
A todos os MEUS AMIGOS um BEM HAJA.
CRÓNICA
Dia 28
Rumei á Beira interior para tentar superar mais um WHO´S BACK?, na companhia dos Amigos Luís Gil, Victor Campos e Rui Martins.
Ficamos alojados em Alpedrinha, na casa do grande Amigo Carlos Justino, que com a sua forma de ser deu-nos uma grande ajuda nas sucessivas viagens ao Fundão e Covilhã.
Chegada á hora de “carregar as baterias” decidimos ir jantar. O local escolhido, dica da organização recaiu na Casa da Eira, um Hotel em espaço rural situado em Peroviseu-Fundão.
Mas que espaço acolhedor, com a “Menina Isabelinha” a receber-nos de uma forma tão simpática e sui generis.
Que repasto nos foi servido, com qualidade e quantidade. A preocupação era se não teria sido em excesso, pois no dia seguinte teríamos uma exigente prova. O preço? nem menciono, pois foi algo que nos deixou perplexos (pela positiva).
Recomenda-se – geral@casadaeira.org / www.casadaeira.org
DIA 29
Ansiedade pelo dia que me propunha superar, pois esta maleita dos joelhos tem-me condicionado em algumas provas, fruto dos meus 50.
Comecei num andamento suave por forma a não os massacrar, pois tinha pela frente 107,5 Kms com 3 800 D+.
O calor apertava, pelas 10:00 já estavam 36º. As horas iam passando, o calor aumentava, o cansaço acumulava, bebia-se e comia-se, e os joelhos aguentavam-se.
As subidas faziam mossa, pelas 14:00 a temperatura passava os 40º, parava para tirar fotos, de vez em quando ou ultrapassava ou era ultrapassado e bota mais uma conversa. Amizades nasceram, pois tínhamos tempo, e os joelhos aguentavam-se.
Amigos e conhecidos, refrescavam-se nas fontes por onde passávamos, atestávamos os bidons e camel back´s, e os joelhos aguentavam-se.
Então, eis que surge ao Km 54,5 a povoação de São Jorge da Beira e a 1ª subida real do dia, o início da subida à Cebola. Mas que subida caros leitores destas minhas palavras, fazeis ideia??? Então ide fazê-la, claro que os que não tiveram a oportunidade ou os t…. de participarem, e os joelhos aguentavam-se.
Antes da subida estávamos a meio da distância, e quando atingimos o topo, poucos kms tinham sido feitos, mas tinha passado muitas horas. Paisagens de cortar a respiração, somos tão pequenos na natureza, mas somos capazes de dar cabo dela.
Então a partir do Km 71 depois de Sobral de São Miguel, surgem os problemas mecânicos. Corrente partiu-se 2 vezes num espaço de 500 mts, e tive 2 furos, e os joelhos aguentavam-se.
E assim, até ao final a corrente fez-me parar inúmeras vezes, pois saltava fora da roldana e fazia o efeito de chupão no desviador.
Meta á vista, e o 1º dia da 2ª Etapa superado, ainda equacionei a hipótese de não fazer o 2º dia, pois pensei que os problemas mecânicos fossem mais graves.
Pela 1ª vez na minha curta carreira de ciclista amador, sujeitei as minhas pernas às mãos de 2 massagistas, mas que sova. Obrigado Fisio Massagem, pois a recuperação para enfrentar o 2º dia foi claramente sentida.
E OS JOELHOS AGUENTARAM-SE
DIA 30
Moral em alta, pois o 1º dia tinha sido desgastante, e tinha-me aguentado.
Obviamente que optei por um andamento suave, pois não queria ter surpresas.
O calor aumentava, os trilhos fantásticos e rolantes.
As fontes abundavam, a água fazia a delícia dos participantes, um verdadeiro ouro.
Mais uma fotos, uma coca cola e mais água e mais água.
Umas subidas e um parte canelas, e os joelhos aguentavam-se.
A descida na Calçada Romana em direção a Alpedrinha foi uma delícia. Fui aclamado por umas dezenas de turistas que se encontravam a fotografar a Fonte Monumental de Alpedrinha. “Ai que ele mata-se”, “nem de jeep eu descia”, algumas frases que ouvi. Então sim, os joelhos deram sinal de algum desgaste.
Eis então que surge a subida real do 2º dia, ao Km 64 (Castelo Novo). Piso bom, mas com a temperatura a rondar os 43º.
Piso bom a facilitar a tração, e os joelhos estavam a aguentar-se, mesmo depois do sinal de aviso.
Eis então que antes do meio da subida, do lado direito do trilho, surge uma mina de água. Mas que delícia, fresca e maravilhosa.
E mais uns kms, estava no km 70, na chamada Casa do Guarda. Um tanque de água para deliciar e refrescar as pernas.
E vamos embora que tenho que superar este Who´s Back. Descida feita com alguma adrenalina até Alcongosta.
Final do desafio á vista, Fundão.
SUPEREI, E OS JOELHOS AGUENTARAM-SE.
LOCAIS POR ONDE PASSEI NO 1º DIA
Km 12 – Pesinho
Km 28,5 – Silvares
Km 45 – Póvoa da Raposeira
Km 47,5 – Portela de Unhais
Km 54,5 – São Jorge da Beira
Km 71 – Sobral de São Miguel
Km 87 – Paúl
LOCAIS POR ONDE PASSEI NO 2º DIA
Km 20 – Caria
Km 27 – Peraboa
Km 37 – Peroviseu
Km 45 – Fatela
Km 51 – Alcaide
Km 59 – Alpedrinha
Km 64,5 – Castelo Novo
Km 69,5 – Casa do Guarda de Castelo Novo
Km 78,5 - Alcongosta
DADOS DO MEU GPS
1º DIA
107,5 Kms e 3785 D+ / + de 12 litros consumidos
2º DIA
82.5 Kms e 2280 D+ / + de 10 litros consumidos
AGRADECIDO AOS MENTORES DO WHO´S BACK,
sou incondicionalmente vosso fã.
sou incondicionalmente vosso fã.
FRONTAL Nº 033
DISTÂNCIA - 200 kms
EQUIPA - LAMEGO BIKE
DISTÂNCIA - 200 kms
EQUIPA - LAMEGO BIKE
FOTOS
1º DIA
Nos preparativos para um monumental empeno.
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José Gouveia / Vitor Campos / Luís Gil / Rui Martins
2º DIA
sexta-feira, abril 05, 2013
PREVISÃO METEOROLÓGICA
Ora bem, previsão é previsão. Nunca ninguém teve dúvidas do significado da palavra previsão.
Agora, eu tenho dúvidas é do que eles, sejam quais forem os sujeitos que estudam estas coisas da (meteorologia), andam por lá a ver.
Não veem nada de nada, absolutamente patavina de nada.
Eis o exemplo:
Vou colocar as previsões de dias seguidos para se observar os disparates desta gente.
Andamos nós ( os ciclistas e outros que gostam de pedalar) atentos para, da chuva termos sol, do sol termos vento, do vento termos chuva e ......do raio que os parta e ide para o .....
Do que vale pesquisar? se em menos de 24 horas tudo se altera?
Dá bem para observar as diferenças. Acho que esta gente está a mais.
Deviam era respeitar mais os desígnios da natureza do que opinar sobre o que nada sabem.
Agora, eu tenho dúvidas é do que eles, sejam quais forem os sujeitos que estudam estas coisas da (meteorologia), andam por lá a ver.
Não veem nada de nada, absolutamente patavina de nada.
Eis o exemplo:
Vou colocar as previsões de dias seguidos para se observar os disparates desta gente.
Andamos nós ( os ciclistas e outros que gostam de pedalar) atentos para, da chuva termos sol, do sol termos vento, do vento termos chuva e ......do raio que os parta e ide para o .....
Do que vale pesquisar? se em menos de 24 horas tudo se altera?
Dá bem para observar as diferenças. Acho que esta gente está a mais.
Deviam era respeitar mais os desígnios da natureza do que opinar sobre o que nada sabem.
DIA 04 de Abril
DIA 05 de Abril
quarta-feira, abril 03, 2013
TU ÈS UM BTTistas !!!????
TU ÈS UM BTTistas !!!????
...........
Artigo de opinião do Sr.António Malvar......
10/09/1996 - Felicidade é....
Os ciclistas de montanha, ou melhor, os utilizadores de Bicicletas de Montanha neste país, são uma minoria numa sociedade de costas viradas para os interesses óbvios da expansão deste movimento e que teimosamente ignora ou evita reconhecer as vantagens sociais que advêm duma maior profusão desta modalidade desportiva e ou forma de ocupação dos tempos livres.
Mas não é minha pretensão hoje e aqui aprofundar o lamento procurando as razões e apontar as culpas para este estado das coisas, até porque culpas temos nós também e as razões são bem mais ancestrais do que o que conseguimos apurar.
É sim o meu intento analisar esta minoria que cresce todos os dias e que vai abraçando o movimento das formas mais variadas, algumas até peculiares.
A bicicleta é o elemento comum de entre todos mas a forma de estar é tão diversificada que chego à conclusão que para além da bicicleta o único que é ainda igual em todos é o “ser feliz”.
- Felicidade para uns é poder pegar na bicicleta e desbravar esses trilhos e caminhos do Portugal esquecido, sozinhos ou na companhia de amigos, contactando as simpáticas e hospitaleiras gentes dessas nossas aldeias mais remotas e ignoradas, num fim de semana ou ao longo das férias, em total esquecimento e numa profunda paz interior.
- Felicidade para uns é poder participar em competições, para conquistar um lugar entre os primeiros, daí: fama, reconhecimento, taças medalhas e dinheiro.
- Felicidade para uns é participar nos passeios que se organizam aos fins de semana em diversos locais do país e assim fazer novas amizades, conhecer outros espaços, outros caminhos, ou simplesmente estar entre os que gostam de andar de bicicleta.
- Felicidade para uns é entrar em competições muito simplesmente para participar sem pretensões a pódios, estar no evento, ao lado dos campeões à partida, competindo consigo próprio, fazer-se chegar ao fim, entrar na mesma volta do primeiro ou ficar à frente do vizinho ou do amigo.
- Felicidade para uns é treinar sem outro objectivo que não seja o de manter-se em forma, pegar na bicicleta e fazer o “ritual” do treino: 1 hora hoje, 2 horas amanhã, todas as manhãs de domingo, etc.
- Felicidade para uns é pegar numas cartas militares e com a bicicleta tentar chegar e passar por onde se planeia sem se perderem, saudavelmente obstinados em se localizarem no mapa a todo o momento e assim passarem horas e dias complemente absortos.
- Felicidade para uns é enfiarem-se por esses caminhos desconhecidos e reconhecê-los para futuramente guiar os amigos e os amigos dos amigos por essas paisagens por eles antes descobertas e preparar guias e roteiros desses trilhos para que muitos outros venham por si só a conhecer esses maravilhosos recantos.
- Felicidade para uns é pegar na bicicleta e com ela aprender e fazer as maiores acrobacias: cavalos, éguas, “bunny hops”, subir pedras, descer escadas, subir escadas, saltos com “tables”, etc.
- Felicidade para uns é domar a bicicleta naquelas descidas técnicas cheias de pedras quase verticais sem pôr o pé no chão, complemente embriagados de adrenalina.
- Felicidade para uns é subir de bicicleta sem desmontar aquela “parede” de piso escorregadio que durante tanto tempo parecia impossível de se fazer, ou fazê-la à frente dos outros do grupo com os pulmões a queimarem e o coração a explodir dentro do peito, mas saboreando o êxtase do sucesso.
- Felicidade para uns é rolar passeando calmamente de bicicleta ao longo das estradas marginais ou das estradas florestais e beber do prazer da brisa da manhã de Domingo na cara, exibindo ou não aquela nova colorida blusa de lycra, ou aquele novo capacete com pala.
- Felicidade para uns é levar toda a família a andar de bicicleta e com eles descobrir uma nova vida em convívio, uma forma mais nobre de ocupar os tempos livres em alternativa à volta saloia de carro, aos centros comerciais, às praias apinhadas de gente e às frustrantes tardes televisivas.
- Felicidade para uns é Ter uma bicicleta de montanha e com isso poder ser reconhecido como um aventureiro, um radical do desporto, um atleta ou como tendo uma forma física invejável..
- Felicidade para uns é comprar a bicicleta mais exótica, construir a bicicleta mais leve, montar a bicicleta mais “high tech” e tê-la imaculada sob uma redoma na sala de estar lá de casa, contemplando-a dias a fio, devorando todas as revistas da especialidade na busca da última criação tecnológica do mais avançado e futurista possível, para montar na sua bem amada. Andar nela não é o mais importante até porque se vai sujar, só se estiver seco, for em bom piso e houver muita gente para a admirá-la.
- Felicidade para uns é pedalar nos grandes charcos e lamaçais destes invernos rigorosos, enterrando-se em lama até à alma num total desprezo pela bicicleta, borrifando-se para centros de pedaleira, cubos, correntes e tanta outra tralha que parece incomodar os outros, e chegar a casa e esquecer-se da bicicleta num qualquer canto da garagem, varanda ou arrecadação.
- Felicidade para uns é poder transportar-se de bicicleta para o trabalho e com uma cara de satisfação ultrapassar os que escolheram ir de carro e que num total desespero esperam impacientes que aquela fila de carros parados na sua frente se mexa, acumulando stress e levando o dobro do tempo a lá chegar.
- Felicidade para uns é saber tudo o que há para saber sobre bicicletas e passar tardes a discutir sobre qual a melhor suspensão, o melhor material de quadro, o futuro das bicicletas de suspensão total ou a actual forma do Tomac, da doença da Furtado e da loucura do Palmer.
- Felicidade para uns é ter uma bicicleta dita barata e levá-la a fazer o que os que as têm ditas caras e sofisticadas não conseguem, e poderem provar que o que verdadeiramente interessa é ter pulmão e pernas.
- Felicidade para uns é ter uma bicicleta dita cara mas que não pareça, sem peças coloridas ou exuberantes mas poder secretamente confidencial com alguns (não assim tão poucos) que aquela bicicleta está avaliada em centenas ou milhares, e daí tirar um imenso gozo.
- Felicidades para uns é viajar de bicicleta indiferentemente de ser em estrada ou em terra em total auto-suficiência durante semanas expedicionando vários países ou regiões engrandecendo o seu conhecimento de outros horizontes, de outros povos e de si próprio.
Felicidade para outros é poder escrever sobre assuntos relacionados com a bicicleta e fazer testes e análises de produtos, de competições e passeios, e recrear em todos uma vontade férrea de pegar na bicicleta e com ela gozar uma ou diversas daquelas formas de felicidade.
Felicidade para mim, e quem sabe, não só para mim, são todas aquelas formas de ser feliz com a bicicleta, um pouco de todas ou um muito de todas.
Neste mundo tão variado da BTT há lugar para todos, sendo cada um feliz à sua maneira, e é errado não respeitar todas aquelas formas de estar porque todas elas são um espelho da felicidade interior de cada um. É errado escarnecer desta ou daquela postura pois isso é ofensivo e não cabe a ninguém julgar sobre qual deve ser o padrão de felicidade que se deva ter com a nossa bicicleta.
Pena é, reconhecer que esta nossa felicidade nem sempre é bem recebida e parece até por vezes ofensiva para quem nas estradas nos dificulta a circulação e não nos respeita, para quem no planeamento urbanístico das vilas e cidades nos esquece, para quem nos dificulta o acesso aos parques naturais sem procurar antes criar condições e formas de coexistência de mútuo interesse, nos rejeita quer directa quer indirectamente em locais públicos só porque nos vestimos e calçamos de forma diferente, que não nos deixa estacionar a bicicleta à porta do café ou restaurante, nos ignora nos meios de comunicação social não fazendo qualquer alusão às nossas actividades, autoridades que querem regulamentar o transporte das nossas bicicletas no nosso carro, Federação de Ciclismo retrograda que não só não protege os nossos interesses como até parece promover esta imerecida marginalização, etc.
Mas afinal quem pode ainda ignorar que não será o veículo de duas rodas sem motor o meio de locomoção por excelência do futuro das nossas cidades e grandes vilas.
Animem-se pois, estamos aqui para ficar e sejam felizes, cada um à sua maneira, claro está.
António Malvar
...........
Artigo de opinião do Sr.António Malvar......
10/09/1996 - Felicidade é....
Os ciclistas de montanha, ou melhor, os utilizadores de Bicicletas de Montanha neste país, são uma minoria numa sociedade de costas viradas para os interesses óbvios da expansão deste movimento e que teimosamente ignora ou evita reconhecer as vantagens sociais que advêm duma maior profusão desta modalidade desportiva e ou forma de ocupação dos tempos livres.
Mas não é minha pretensão hoje e aqui aprofundar o lamento procurando as razões e apontar as culpas para este estado das coisas, até porque culpas temos nós também e as razões são bem mais ancestrais do que o que conseguimos apurar.
É sim o meu intento analisar esta minoria que cresce todos os dias e que vai abraçando o movimento das formas mais variadas, algumas até peculiares.
A bicicleta é o elemento comum de entre todos mas a forma de estar é tão diversificada que chego à conclusão que para além da bicicleta o único que é ainda igual em todos é o “ser feliz”.
- Felicidade para uns é poder pegar na bicicleta e desbravar esses trilhos e caminhos do Portugal esquecido, sozinhos ou na companhia de amigos, contactando as simpáticas e hospitaleiras gentes dessas nossas aldeias mais remotas e ignoradas, num fim de semana ou ao longo das férias, em total esquecimento e numa profunda paz interior.
- Felicidade para uns é poder participar em competições, para conquistar um lugar entre os primeiros, daí: fama, reconhecimento, taças medalhas e dinheiro.
- Felicidade para uns é participar nos passeios que se organizam aos fins de semana em diversos locais do país e assim fazer novas amizades, conhecer outros espaços, outros caminhos, ou simplesmente estar entre os que gostam de andar de bicicleta.
- Felicidade para uns é entrar em competições muito simplesmente para participar sem pretensões a pódios, estar no evento, ao lado dos campeões à partida, competindo consigo próprio, fazer-se chegar ao fim, entrar na mesma volta do primeiro ou ficar à frente do vizinho ou do amigo.
- Felicidade para uns é treinar sem outro objectivo que não seja o de manter-se em forma, pegar na bicicleta e fazer o “ritual” do treino: 1 hora hoje, 2 horas amanhã, todas as manhãs de domingo, etc.
- Felicidade para uns é pegar numas cartas militares e com a bicicleta tentar chegar e passar por onde se planeia sem se perderem, saudavelmente obstinados em se localizarem no mapa a todo o momento e assim passarem horas e dias complemente absortos.
- Felicidade para uns é enfiarem-se por esses caminhos desconhecidos e reconhecê-los para futuramente guiar os amigos e os amigos dos amigos por essas paisagens por eles antes descobertas e preparar guias e roteiros desses trilhos para que muitos outros venham por si só a conhecer esses maravilhosos recantos.
- Felicidade para uns é pegar na bicicleta e com ela aprender e fazer as maiores acrobacias: cavalos, éguas, “bunny hops”, subir pedras, descer escadas, subir escadas, saltos com “tables”, etc.
- Felicidade para uns é domar a bicicleta naquelas descidas técnicas cheias de pedras quase verticais sem pôr o pé no chão, complemente embriagados de adrenalina.
- Felicidade para uns é subir de bicicleta sem desmontar aquela “parede” de piso escorregadio que durante tanto tempo parecia impossível de se fazer, ou fazê-la à frente dos outros do grupo com os pulmões a queimarem e o coração a explodir dentro do peito, mas saboreando o êxtase do sucesso.
- Felicidade para uns é rolar passeando calmamente de bicicleta ao longo das estradas marginais ou das estradas florestais e beber do prazer da brisa da manhã de Domingo na cara, exibindo ou não aquela nova colorida blusa de lycra, ou aquele novo capacete com pala.
- Felicidade para uns é levar toda a família a andar de bicicleta e com eles descobrir uma nova vida em convívio, uma forma mais nobre de ocupar os tempos livres em alternativa à volta saloia de carro, aos centros comerciais, às praias apinhadas de gente e às frustrantes tardes televisivas.
- Felicidade para uns é Ter uma bicicleta de montanha e com isso poder ser reconhecido como um aventureiro, um radical do desporto, um atleta ou como tendo uma forma física invejável..
- Felicidade para uns é comprar a bicicleta mais exótica, construir a bicicleta mais leve, montar a bicicleta mais “high tech” e tê-la imaculada sob uma redoma na sala de estar lá de casa, contemplando-a dias a fio, devorando todas as revistas da especialidade na busca da última criação tecnológica do mais avançado e futurista possível, para montar na sua bem amada. Andar nela não é o mais importante até porque se vai sujar, só se estiver seco, for em bom piso e houver muita gente para a admirá-la.
- Felicidade para uns é pedalar nos grandes charcos e lamaçais destes invernos rigorosos, enterrando-se em lama até à alma num total desprezo pela bicicleta, borrifando-se para centros de pedaleira, cubos, correntes e tanta outra tralha que parece incomodar os outros, e chegar a casa e esquecer-se da bicicleta num qualquer canto da garagem, varanda ou arrecadação.
- Felicidade para uns é poder transportar-se de bicicleta para o trabalho e com uma cara de satisfação ultrapassar os que escolheram ir de carro e que num total desespero esperam impacientes que aquela fila de carros parados na sua frente se mexa, acumulando stress e levando o dobro do tempo a lá chegar.
- Felicidade para uns é saber tudo o que há para saber sobre bicicletas e passar tardes a discutir sobre qual a melhor suspensão, o melhor material de quadro, o futuro das bicicletas de suspensão total ou a actual forma do Tomac, da doença da Furtado e da loucura do Palmer.
- Felicidade para uns é ter uma bicicleta dita barata e levá-la a fazer o que os que as têm ditas caras e sofisticadas não conseguem, e poderem provar que o que verdadeiramente interessa é ter pulmão e pernas.
- Felicidade para uns é ter uma bicicleta dita cara mas que não pareça, sem peças coloridas ou exuberantes mas poder secretamente confidencial com alguns (não assim tão poucos) que aquela bicicleta está avaliada em centenas ou milhares, e daí tirar um imenso gozo.
- Felicidades para uns é viajar de bicicleta indiferentemente de ser em estrada ou em terra em total auto-suficiência durante semanas expedicionando vários países ou regiões engrandecendo o seu conhecimento de outros horizontes, de outros povos e de si próprio.
Felicidade para outros é poder escrever sobre assuntos relacionados com a bicicleta e fazer testes e análises de produtos, de competições e passeios, e recrear em todos uma vontade férrea de pegar na bicicleta e com ela gozar uma ou diversas daquelas formas de felicidade.
Felicidade para mim, e quem sabe, não só para mim, são todas aquelas formas de ser feliz com a bicicleta, um pouco de todas ou um muito de todas.
Neste mundo tão variado da BTT há lugar para todos, sendo cada um feliz à sua maneira, e é errado não respeitar todas aquelas formas de estar porque todas elas são um espelho da felicidade interior de cada um. É errado escarnecer desta ou daquela postura pois isso é ofensivo e não cabe a ninguém julgar sobre qual deve ser o padrão de felicidade que se deva ter com a nossa bicicleta.
Pena é, reconhecer que esta nossa felicidade nem sempre é bem recebida e parece até por vezes ofensiva para quem nas estradas nos dificulta a circulação e não nos respeita, para quem no planeamento urbanístico das vilas e cidades nos esquece, para quem nos dificulta o acesso aos parques naturais sem procurar antes criar condições e formas de coexistência de mútuo interesse, nos rejeita quer directa quer indirectamente em locais públicos só porque nos vestimos e calçamos de forma diferente, que não nos deixa estacionar a bicicleta à porta do café ou restaurante, nos ignora nos meios de comunicação social não fazendo qualquer alusão às nossas actividades, autoridades que querem regulamentar o transporte das nossas bicicletas no nosso carro, Federação de Ciclismo retrograda que não só não protege os nossos interesses como até parece promover esta imerecida marginalização, etc.
Mas afinal quem pode ainda ignorar que não será o veículo de duas rodas sem motor o meio de locomoção por excelência do futuro das nossas cidades e grandes vilas.
Animem-se pois, estamos aqui para ficar e sejam felizes, cada um à sua maneira, claro está.
António Malvar
terça-feira, abril 02, 2013
WHO´S BACK? - 1ª Etapa CHALLENGE 2013 - CRÓNICA E FOTOS
Dias 13 e 14 de Abril será a 1ª Etapa do WHO´S BACK? - CHALLENGE 2013
1º DIA - 107 Kms / 2 800 D+
2º DIA - 98 Kms / 2 200 D+
CRÓNICA
Não
desista enquanto você ainda for capaz de fazer um esforço a mais. É nesse algo
a mais que está a sua vitória.
RALPH
EMERSON
Caros Amigos e outros leitores deste
rescaldo.
O WHO´S BACK? é um dos grandes
desafios a que me propus este ano.
Superar as 3 Etapas, é algo de uma
grande exigência física e psicológica. São desafios de longa distância e de
percursos exigentes, mas…. com uma grande compensação, a de chegar ao fim.
A 1ª Etapa dividida em 2 dias não me
correu lá muito bem. Esta maleita nos joelhos, cuja cartilagem está num estado tal
de degradação, desgastada pela vida profissional e pela idade, que me têm levado em certas alturas a um
desafio (físico versus mente).
Dia 12
A caminho de Viseu. Eu, o Luís Gil,
o Victor Campos e o Rui Martins.
Jantar num restaurante de Viseu, onde
se juntaram a Elisabete Vilas Boas, o João Silva, e o Carlos Rodrigues.
Fizeram-nos companhia 2 GRANDES AMIGOS, o Sérgio Aguiar e o Costa que nos
proporcionaram o repasto.
Deitar cedo para “carregar as
baterias”.
Dia 13
Bom, mas que expectativa se vivia
para o 1º dia. De Viseu á Guarda seriam 107 Kms e 2800 D+.
Começo da prova às 08:30, com a
serenidade necessária para superar este desafio, apesar de me sentir bem
fisicamente.
Fui desfrutando dos trilhos e
paisagens, com conversa temporária com alguns Amigos.
Pelo Km +- 30, o joelho começava a
dar sinal de algum desconforto, desconforto esse que passado algum tempo passou
a dor. As dores eram insuportáveis e estava no início de uma subida que duraria
uns 25 Kms. Dei tudo o que tinha, fui ao limite do insuportável. Ao Km 66
decidi-me por não tentar contrariar algo que me venceu, a dor nos joelhos.
Das decisões mais difíceis que
tomei, na minha curta vida de ciclista amador. Não sei lidar bem com a desistência.
Chegado á Guarda comuniquei á
organização que dava por terminada a minha participação no WHO´S BACK?
Dia 14
Ao acordar pelas 06:45 poucas dores
sentia nos joelhos.
Vejo alguns dos participantes nos
preparativos para o 2º dia. E eu iria de carro para Viseu? O WHO´S BACK? não é
feito de carro.
Assim, depois do pequeno-almoço
tomei uma decisão. Vou fazer a travessia da Guarda a Viseu, 98 Kms e 2200 D+.
Muitos dos meus Amigos me
felicitaram pela decisão, mas eu estava muito apreensivo, pois não queria que
se repetisse o mesmo que no dia anterior.
Dada a partida, em contenção de
esforço fazia as subidas e com calma as descidas. Fui desfrutando das paisagens
e dos trilhos.
Ao Km +- 20, novamente o joelho
direito a dizer que estava ali, para me azucrinar o cérebro. Disse-lhe várias
vezes que se fosse f…. e que não iria desistir.
Ouvia música, apreciava a paisagem,
os cheiros, e o desejo de chegar montado na minha princesa a Viseu, mas não
DESISTIA.
Pelo Km 75 reencontro a Elisabete
que entretanto me tinha passado quando estava a lanchar, e fomos juntos até ao
final. Foram uns 24 Kms em companhia de uma excelente e resistente atleta.
Muito agradecido Elisabete por me teres feito companhia, pois senti que o teu
ritmo até poderia ter sido mais elevado.
Chegada á meta, lá estavam os Amigos
á espera. Com alguma emoção e dores fortes terminei e a dor não me venceu.
Foi a minha vitória, chegar a Viseu.
Assim, quero aqui deixar umas
palavras de agradecimento
Ao Luís Martins, ao Nuno Gonçalves e
a toda uma equipa de PESSOAS de grande entrega e de uma competência ímpar. Sois
EXCELENTES no que fazeis, podeis contar comigo, estarei sempre a vosso lado
neste projecto.
O know-how é o ingrediente principal
para nos sentirmos orgulhosos em superar os desafios que vocês nos contemplam.
Nada a apontar, a fasquia está no limite, continuem assim.
Luís Gil, Victor Campos e Rui
Martins, UM MUITO OBRIGADO.
Pedro Henriques, Joaninha Cancela e
Nelson Neves, vocês são um exemplo.
Carlos Rodrigues, grande companheiro
e sempre com uma disposição sem igual.
Elisabete Vilas-Boas és 5* pela tua
forma de ser e estar.
João Marinho pelas tuas palavras de
incentivo, tenho muita admiração por ti.
Francisco Quelhas, estás uma
máquina.
E a todos os participantes um muito OBRIGADO
por privar com vocês desta forma de estar.
Aos vencedores desta 1ª Etapa, AS
MINHAS FELICITAÇÕES.
Aos que me desejaram Boa Sorte para
esta AVENTURA, obrigado AMIGOS.
OBRIGADO - SÉRGIO AGUIAR / ADALBERTO RABAÇA / COSTA
DEDICO ESTE FIM DE SEMANA AOS MEUS FILHOS
ANA LUISA E RUI LUÍS
DEDICO ESTE FIM DE SEMANA AOS MEUS FILHOS
ANA LUISA E RUI LUÍS
1º DIA - VISEU
2º DIA - GUARDA
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